sábado, 18 de setembro de 2010

Fitch coloca Montepio sob vigilância negativa

05/08/10, 09:10
OJE/Lusa


A agência de notação financeira Fitch Ratings anuncia que, no seguimento do anúncio preliminar do lançamento de uma operação pública de aquisição (OPA) sobre o Finibanco, o Montepio passou a estar sob vigilância negativa.
"Na visão da Fitch, no curto prazo, o grupo Montepio Geral terá de enfrentar o desafio de integrar as operações do Finibanco numa altura em que o ambiente operacional em Portugal permanecerá difícil", explica a agência de rating.

Porém a Fitch considera que, "no longo prazo, a aquisição deverá ser positiva para o Montepio, já que aumentará substancialmente a sua rede de agências, (...), atrairá depósitos para o Montepio Geral e ajudará a diversificar o portefólio de crédito a pequenas e médias empresas (PME) do Montepio".

"Também fornecerá uma maior diversificação para fora de Portugal, nomeadamente, em Angola, e aumentará as quotas de mercado do grupo nos seguros e na gestão de activos", acrescenta.

Já o Finibanco foi colocado sob vigilância positiva, uma vez que a Fitch acredita que o banco controlado pela família Costa Leite sairá beneficiado da operação, uma vez que "vai fazer parte de um grupo financeiramente mais forte".

"Assumindo que a OPA terá sucesso, a Fitch espera retirar a vigilância quando a fusão entre o Montepio Geral e o Finibanco estiver completa, o que deverá acontecer na primeira metade de 2011", anuncia a agência.

A Fitch sublinha ainda que, no final de 2009, o Montepio Geral tinha um total de activos de 17,2 mil milhões de euros e uma quota de mercado no crédito e nos depósitos próxima de 5% do mercado português (cerca de 8% no crédito à habitação), ao passo que o Finibanco detinha activos totais de 3,2 mil milhões de euros e uma quota de mercado de cerca de 1%.

"Ambas as entidades estão, sobretudo, focadas na banca de retalho no mercado doméstico", salienta a Fitch, ainda que especificando que o Montepio Geral se centra no crédito à habitação e ao crédito à construção, enquanto o Finibanco está largamente focado no crédito às PME e no crédito ao consumo.

O Montepio confirmou na passada sexta-feira o lançamento de oferta pública de aquisição (OPA) sobre o Finibanco, oferecendo 1,95 euros por acção, num total de 341,25 milhões, condicionando a oferta à compra de pelo menos 75% do capital.

A cotação das acções do Finibanco fechou a sessão de hoje inalterada nos 1,91 euros, que é o valor mais alto desde Maio do ano passado, tendo sido transaccionados mais de 500.000 papéis durante o dia de ontem.


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